Menina espancada até a morte era proibida de brincar e vivia sob medo
Metrópoles conheceu a casa onde Ketelen Vitória da Rocha, de 6 anos, vivia com a mãe, madrasta e \\
Publicada em 01/05/21 às 15:31h - 54372 visualizações
por TRIBUNA AO VIVO
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(Foto: TRIBUNA AO VIVO)
O imóvel nº 883 chama atenção de quem chega na Rua Onze, no bairro das Acácias, em Porto Real, no Sul Fluminense, por dois motivos: além de ser a única casa erguida naquela margem da via, é também o local onde a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, foi espancada até a morte pela mãe, Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e pela madrasta, Brena Luane Barbosa Nunes, de 25.
As duas foram presas em flagrante e vão responder por homicídio triplamente qualificado e tortura, crimes que chocaram os moradores do local e repercutiram no Brasil inteiro. A violência acontecia com a conivência da “avó”, Rosângela Nunes, de 50 anos, mãe de Brenda e presa na noite da última quarta-feira (28/4), horas depois de receber a equipe do Metrópoles em casa.
A auxiliar de serviços gerais tentou justificar sua omissão em não denunciar as agressões na menina que presenciou, alegando que, se falasse, também seria espancada. Ela admitiu que teria incitado a briga que desencadeou a última onda de violência contra Ketelen.
Vizinhos que vivem do outro lado da rua contam que nunca perceberam a presença de uma criança naquela casa, que estava sempre com uma lona preta impedindo a visão da rua e com o som sempre em alto volume. Os sinais da presença de Ketelen no ambiente, que já eram poucos, foram banidos por Rosângela após a morte da menina.
Ao entrar no terreno e no interior da casa, é impossível não observar a falta de brinquedos, seja no quintal ou nos quartos. Rosângela ainda jogou fora ou escondeu qualquer vestígio da passagem de Ketelen por ali, restando apenas um tênis infantil, um short jogado em um matagal nos fundos do imóvel e o colchão onde a garota dormia, arremessado no mesmo barranco onde a criança também já teria sido jogada pela mãe e pela madrasta.
Rosângela Nunes, de 50 anos, mãe de Brenda e "avó" de Ketelen. Ela foi presa logo após a visita do MetrópolesAline Massuca/Metrópoles
Casa, em Porto Real, no Sul Fluminense, onde morava a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anosAline Massuca/Metrópoles
Local onde a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, foi espancada pela mãe e pela madrastaAline Massuca/Metrópoles
Quarto onde mãe e madrasta dormiam. Ketelen ficava no quarto da "avó" porque Brenda "não gostava de criança"Aline Massuca/Metrópoles
Um dos poucos objetos que restaram de Ketelen. "Avó" queimou os poucos pertences da menina de 6 anosAline Massuca/Metrópoles
Vizinhos nem sabiam da existência de uma criança na casa 883 da Rua Onze, em Porto Real, no Sul do RioAline Massuca/Metrópoles
Um par de tênis da menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, um dos poucos pertences que a "avó" não queimouAline Massuca/Metrópoles
Detalhes da casa onde Ketelen Vitória Oliveira da Rocha vivia sob o medoAline Massuca/Metrópoles
Casa onde Ketelen vivia era a única erguida naquela margem da viaAline Massuca/Metrópoles
Detalhes da casa onde a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, era muitas vezes espancada pela madrasta e pela mãeAline Massuca/Metrópoles
Casa que Ketelen morava fica no bairro das Acácias, em Porto Real, no Sul FluminenseAline Massuca/Metrópoles
"Avó" jogou o colchão de Ketelen da mesma ribanceira que a menina já tinha sido arremessada pela madrasta e mãeAline Massuca/Metrópoles
Quarto onde mãe e madrasta de Ketelen dormiam. Segundo a "avó, Brenda não gostava de criançasAline Massuca/Metrópoles
Quarto da avó e onde Ketelen dormia. De acordo com Rosângela, esse foi o local do espancamento na menina de 6 anosAline Massuca/Metrópoles
Uma das leituras da mãe e madrasta de Ketelen Vitória Oliveira da RochaAline Massuca/Metrópoles
Rosângela Nunes, de 50 anos, mãe de Brenda e "avó" de Ketelen. Ela foi presa logo após a visita do MetrópolesAline Massuca/Metrópoles
Casa, em Porto Real, no Sul Fluminense, onde morava a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anosAline Massuca/Metrópoles
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“Brenda nunca gostou muito de socializar. Quando olhavam para a casa e ela via, queria tirar satisfação, partia para a agressão”, conta uma moradora da rua, que, assim como os outros vizinhos, prefere não ser identificada. Para eles, Ketelen não tinha permissão para ser criança. “Ela não devia saber nem que existe Frozen (filme infantil da Disney mundialmente conhecido) e as outras princesas que todas as crianças dessa idade adoram”, completa outra moradora da rua.
As sessões de espancamento contra a menina deixaram marcas impressionantes pelo corpo, compatíveis com queimaduras de cigarro e vergões pelo corpo. Ketelen estava também com um dos pulmões paralisados, supostamente em razão das agressões. A garota morreu seis dias após ser levada ao hospital, em estado gravíssimo.
Ketelen foi viver em Porto Real após a mãe, Gilmara, iniciar seu relacionamento com Brenda, romance que começou pela internet. Moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Gilmara viajou 135 km para visitar a namorada, em julho do ano passado, levando a filha e as malas para morar com Brenda.
A casa humilde e apertada ganhou um puxadinho na frente para o novo quarto do casal, onde Brenda lia títulos como “Refém da Obsessão”, “Sangue Quente” e “O Preço da Vida Eterna é a Submissão”. A única TV da casa só era ligada nos horários de telejornal – sem volume, para não interferir nas músicas de Brenda.
Para a pequena Ketelen, que era proibida de brincar, restou dividir um quarto com Rosângela e com a avó da madrasta, Aparecida Nunes, de 84 anos. Com a família vivendo apenas da aposentadoria de dona Aparecida, que recebe mensalmente um salário mínimo, Ketelen ficava sempre em último plano, e a relação entre as moradoras da casa, que já era tensa, piorou de fevereiro para cá.
Segundo Rosângela, quando Brenda bebia, que se tornou um hábito quase que diário, o clima da casa se tornava insuportável.
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