Após mais de 60 horas, a manifestação que cobra o retorno do transporte escolar em Extrema, distrito de Porto Velho, chegou ao terceiro dia nesta quinta-feira (11). A Justiça Federal determinou a determinar a suspensão do movimento na última quarta-feira (10) e alegou que, em caso de descumprimento, há possibilidade de multa. O pedido de término foi feito pela Advocacia Geral da União do estado (AGU-RO).
A assessoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que a previsão de cumprimento era na manhã desta quinta. Porém, por questões logísticas e de deslocamento, equipes devem seguir ao local da manifestação na sexta-feira (12). Entretanto, a PRF não confirmou se irá mesmo na nova data e que, por enquanto, não há nada definido.
A corporação mencionou que passou a tarde desta quinta em reunião para acertar a logística do cumprimento. Conforme a juíza Grace Anny de Souza, da 1ª Vara Federal Cível de Rondônia, o bloqueio tem gerado "entraves e restrições aos usuários da citada rodovia" e, por isso, determinou que a mobilização fosse suspensa.
Grace também justificou que a manifestação tem utilizado, de forma abusiva, os "direitos de reunião e de livre associação".
A juíza pontuou também que o bloqueio pode comprometer o trânsito, o transporte de cargas perigosas e perecíveis ou causar acidentes, além de poder colocar em risco o desabastecimento e gerar impactos na economia.
Desde as 5h da última terça-feira (9), os moradores pedem por transporte escolar para que as crianças da zona rural possam iniciar o ano letivo de 2019, que já está atrasado, e por melhorias nas estradas vicinais da região, que estão em péssimas condições.
A prefeitura da capital anunciou no dia em que o protesto começou que a Secretaria de Educação vai enviar para o distrito 10 ônibus na próxima segunda-feira (15). No entanto, os manifestantes disseram que vão liberar a via somente quando tiverem um posicionamento oficial.
A BR-364 é o principal acesso ao Acre. O bloqueio em Extrema, distante cerca de 360 quilômetros do centro da capital, dificulta não apenas o transporte de pessoas, mas o escoamento da produção local.