Valteir Queiroz recebeu a visita da Polícia Civil em sua casa e outras 16 pessoas faziam parte de um esquema na Prefeitura. Eleito prefeito de Candeias do Jamari como uma promessa da nova política local, o jovem Valteir Queiroz começa a balançar no cargo, pois os estragos políticos de seu suposto envolvimento no esquema de fraudes em licitações e execuções ilícitas de contratos da Prefeitura, desarticulado pela Operação Articulata devem lhe trazer ainda muita dor de cabeça.
Os prejuízos aos cofres públicos são em torno de R$ 1 milhão e, segundo as investigações da Polícia foram desviados em fraudes que beneficiaram a empresa, An Construções e Terraplanagem, pertencente ao empresário Arcilio Nogueira de Souza, apontado como o principal financiador da campanha eleitoral de Valteir à Prefeitura de Candeias do Jamari.
A Operação Articulata foi realizada no dia 15 de novembro de 2021 e chegou a Valteir Queiroz e ao seu grupo político-financeiro através de denúncias anônimas. Aproximadamente 16 pessoas fazem parte do suposto esquema, dentre eles, empresários e servidores públicos que participaram diretamente nos indícios de fraudes descobertas pela Polícia.
Para a Polícia Civil houve uma intensa articulação entre empresários, agentes políticos e agentes públicos “no sentido de direcionar contratos licitatórios e inviabilizar a concorrência nos processos como se fosse um jogo de cartas marcadas”. As fraudes ainda estão sendo investigadas e mais irregularidades poderão surgir com o andamento das investigações do inquérito.
INTERFERÊNCIAS
A denúncia que caem sobre Valteir, que seria o articulador da ORCRIM, torna-se ainda mais grave quando se tem notícias da atuação indevida de autoridades na Operação Articulata, o que denota a suposta participação de ´peixes graúdos´ no esquema.
Fontes indicam que houve intervenções de agentes políticos do Legislativo Estadual para retardar o andamento da investigação e atrapalhar o inquérito para favorecer contratos públicos em andamento na prefeitura de Candeias, na área da saúde.
Os tais parlamentares possuem interesses financeiros e participação na empresa investigada, e por isso se articularam para favorecê-la no “jogo de cartas marcadas” coordenada pelo prefeito e seus assessores.
LAVAGEM DE CAPITAIS
Outra falcatrua em que Valteir Queiroz pode estar envolvido é no esquema de lavagem de capitais. A Polícia Civil teria obtido provas de uma possível “lavagem de dinheiro” que ocorreu durante a prestação de contas eleitorais de investigados.
Dados bancários comprovam que um dos indivíduos investigados recebeu uma parte de doação de uma empresa favorecida pelo esquema no valor de R$ 17 mil. O dinheiro foi redistribuído nas contas de outros colaboradores e doado à conta eleitoral para pagar despesas da campanha de Valteir Queiroz, o que proporcionou a ele uma vantagem absurda sobre os seus concorrentes políticos e possibilitou sua vitória.
Foi essa doação que garantiu à empresa o poder de elaborar acordos e contratos futuros com a prefeitura de Candeias do Jamari. Se realmente ficar comprovado essa fraude, Valteir incorrerá em crime eleitoral e poderá ter o mandato cassado, além de outras sanções.
A Lei Eleitoral proíbe doação direta ou indireta de qualquer pessoa jurídica (empresa) que não seja específica do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, caso este que não ocorreu. Após o inquérito ser relatado, segundo fontes da reportagem, é grande a possibilidade de que se chegue a outros agentes públicos, entrelaçados com os parlamentares que se utilizam da nomeação de parentes e conjugues em seus gabinetes, na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, como forma de cumprimento de acordos.
A Operação quer chegar agora aos nomes e parlamentares envolvidos e quem conhece o poder do Legislativo, sabe que os deputados estaduais farão de tudo para barrar o andamento dessas investigações. Tal manobra objetiva ganhar tempo suficiente para formalizar o contrato entre a empresa de terceirização de serviços e a Prefeitura de Candeias do Jamari, garantindo assim vantagens financeiras aos todos envolvidos.
INVESTIGAÇÃO
De Acordo com a delegada Aline Neiva, responsável pelo inquérito na Polícia Civil, as investigações ainda estão em fase de diligências e em breve a Delegacia deverá finalizar o procedimento com o indiciamento dos responsáveis com a individualização dos ilícitos cometidos por cada envolvido. Pelo que foi apurado até agora, segundo a delegada, são grandes os indícios de má versação de recursos públicos do Município. Vale ressaltar que todos as denúncias também foram encaminhadas pelos denunciantes aos órgãos de controle como TCE e MP, e aguardam um posicionamento legítimos dos mesmos.
Fonte: amazoniaqui.com.br